“Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:48)
Eu fico sempre muito atento ao que Deus espera de mim, me manda fazer ou claramente é obrigação minha. Toda ordem Bíblica para mim precisa ser levada muito a sério independentemente de contexto ou época. Eu considero, pessoalmente, que o contexto e a época se referem ao “como” obedecer, mas não tem qualquer relação com o grau de seriedade com o qual devo obedecer. Em miúdos, podemos discutir “como” mas não discutimos “se”. Daí me deparo com este versículo que diz para fazer o impossível, pois jamais serei perfeito – no meu conceito de perfeição.
Mas daí a bondade de Deus se manifesta em tempo útil e para edificação, como era de se esperar com aqueles que o buscam com sinceridade e humildade. Eu estava num culto “normal”, sem qualquer particularidade, pregador nem era o pastor da igreja e de repente no meio de um assunto que não tinha nenhuma conexão aparente – bingo. Vamos usar um pouco de entendimento.
Considerando que Deus não é burro nem nada parecido com isso, assim como também não tem interesse em nos confundir, temos de olhar para o todo da Palavra revelada – a Bíblia. Eu creio sinceramente que esta perfeição é coletiva, ou seja, a soma das minhas imperfeições com as suas e as dos demais irmãos, gera uma espécie de cobertura destas imperfeições. Me permita explicar.
Eu tenho dom de mestre, o que significa que consigo pegar uma idea e fazer dela uma aula expositiva, clara e que pode ser não apenas aprendida como também praticada. Nem todo mundo é assim ou tem essa capacidade. Já no quesito de evangelismo, eu tenho um desempenho fruto de esforço e dedicação mas não é fluído ou fluente como vejo alguns irmãos ganhando gente enquanto abastece o carro por exemplo. Se somarmos estes dois perfis, temos dons de mestre e evangelismo no melhor ponto da curva. Daí tem um abençoado que conheço que ama de paixão visitar velórios e funerárias para falar do evangelho, coisa que eu só faço com gente conhecida e ainda assim faço em sofrimento. Se somarmos os três, temos um perfil fantástico. Me fiz claro? Consegue imaginar isso?
Então, olhando deste ponto de vista, podemos obviamente entender que a perfeição pessoal é um alvo que devo perseguir mesmo sabendo que não o alcançarei plenamente. Mas é um compromisso pessoal, pois o que eu conseguir servirá para cooperar para que a soma com os demais seja plena. Se eu, mesmo que lentamente, aumentar meu grau de perfeição naquilo que faço, somar-me aos meus irmãos com a mesma intenção e com o mesmo esforço, poderemos ser “perfeitos” ainda que nenhuma das partes seja “perfeita”. A soma dos imperfeitos nos fortalece e nos aperfeiçoa. Isso, meu querido, é viver o evangelho em grupo.
Não consigo deixar de pensar que esta soma de esforços, quando se reúnem as pessoas cuja intenção é aperfeiçoamento, poderia até ter um nome. Sei lá, talvez “culto” ou “celebração”. Acho que li isso em Efésios 4:16.
“Senhor, não quero ser negligente para o dom que me deste, mas não é com ele que serei perfeito como Tu ordenaste. Me ensina a somar com meu irmão em amor para juntos aumentarmos nossa perfeição coletiva diante de Ti.“
Pastor Mário:
O texto lembra um tema que o apóstolo Paulo explorou: corpo/igreja. Cada membro do corpo desempenha uma função. E o faz em sincronização. E todos os membros cooperam para o aperfeiçoamento do corpo. Parece que é o efeito é o mesmo: perfeição coletiva.
Maravilhosa reflexão Pr. Mário. Que o Senhor Deus o continue abençoando e inspirando em SEU reino!
Muito legal este seu ponto de vista no que escreveu. Sempre gusto dos seus artigos. Deus o use sempre. Paz…