Mário Fernandez

O Padrinho – A Noiva de Cristo

“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre,” (João 14:16 )

Na nossa cultura ocidental, a cerimônia de casamento tem um certo formato e como parte disso tanto noivo como noiva têm pessoas especiais que são convidadas a participar, não apenas da cerimônia, mas de sua nova vida de casados. Estou me referindo aos “padrinhos”. Sua origem, pelo que pesquisei, remonta ao Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563. Nesta ocasião, o clero se reuniu para emitir inúmeros decretos dogmáticos sobre a fé e a disciplina da Igreja Católica e, entre outras coisas, criaram o sacramento do matrimônio. Até aquele momento, não havia necessidade de testemunhas para o casamento, o que obviamente gerava uma série de situações. Com o tempo os padrinhos assumiram papeis de preparar cerimônia, escolher presentes, arrumar a noiva. Mas isso é apenas história.

Pense no texto bíblico que escolhi. Mas preste atenção: vou parafrasear, explicar e contar uma história. O noivo precisa se ausentar por um tempo e, em um dos últimos momentos com a noiva, Ele não apenas avisa que vai e volta, mas ainda faz uma promessa. O Pai Dele tomará conta da noiva nesse tempo, para que nada lhe aconteça, para que os preparativos não sejam comprometidos, mas principalmente para que a noiva não se esqueça Dele. Esse “guardador” designado pelo Pai do noivo tem todas as características, conhecimento e capacidades para cumprir esta missão. Não é um guarda-cortas, mas toma conta. Não é um professor, mas ensina. Não é um psicólogo, mas consola. Não é um consultor, mas aconselha. Acho que deu para entender a analogia, não?

Neste caso, imagine o dia do Encontro, da celebração das bodas. O noivo manda chamar Sua noiva, o designado a traz e lhe apresenta. O Pai está presente, o noivo está presente, a noiva se apresenta. Quem traz a noiva, neste caso, cumpre o papel de testemunha, não apenas da celebração mas também do caráter da noiva. Imagine a cena: Ele chega, trazendo a noiva pela mão, apresenta-a ao noivo e faz os maiores elogios, ressaltando seu caráter, santidade, retidão, dedicação, tenacidade, paixão pelo noivo, méritos de comportamento, conta de milhares de situações em que poderia ter desistido e não o fez. Entrega-a ao noivo, como se fosse quem lhes apresentou. Gente, é a cena do padrinho de casamento cumprindo seu papel.

Mais do que uma analogia, quero ressaltar o papel fundamental do Espírito Santo, nosso Conselheiro e Consolador, pois Ele foi designado por Cristo para estar conosco até o dia do Encontro. Ele não é o noivo, mas sim algo como “melhor amigo” ou alguma coisa neste sentido. Partilha da essência dividida do noivo e Seu Pai. Suas ilimitadas capacidades permitem cumprir seu papel. Devemos conhecê-lo, amá-lo, respeitá-lo, obedecê-lo, ouvi-lo, ter um relacionamento amoroso com Ele. Sem trocar de papel com o noivo, mas sem negligenciá-lo.

Sou de uma geração de opostos extremos. Grupos se auto-denominam movidos por Ele como se Jesus nem fosse importante, é a chamada “turma do fogo”. Outros grupos, embora não neguem sua existência, agem como se ele fosse apenas um dos móveis da casa. Sejamos dos que o conhecem e compreendem Seu papel, equilibradamente e focando no alvo. As bodas se aproximam e o “padrinho”, por assim dizer, está agindo poderosa e intensamente para preparar a noiva. Isso é para quem crê, para quem espera e para quem vai chegar lá.

“Senhor, quero compreender e viver em conformidade com a Tua expectativa sobre mim, principalmente na relação com Teu Santo Espírito. Me ensina o equilíbrio, o foco nas bodas, a esperança eterna e principalmente me ensina a Te amar na totalidade daquilo que tens pra mim.“

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