Mário Fernandez

Ministérios Múltiplos – A Noiva de Cristo

“E Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,” (Efésios 4:11)

Na dinâmica de Deus para a condução da noiva às bodas do Seu Filho, o Cordeiro, temos de considerar a infinita sabedoria que lhe é peculiar. Tempos atrás escrevi sobre a soma das imperfeições e a soma das virtudes, dentro da diversidade pessoal da igreja, como elemento de aperfeiçoamento do grupo – Perfeição Coletiva – Vivendo o Evangelho. Hoje quero meditar no lado oposto, ou seja, no fato de que justamente por não sermos iguais dependemos uns dos outros em amor.

Note que, se qualquer um de nós fosse completo ou auto-suficiente, por espiritual ou santo que seja, se tornaria soberbo cedo ou tarde. A Jesus de Nazaré não se aplica esta regra por um motivo bem simples: Ele não é nem nunca foi como nós sujeito ao pecado, ainda que foi exposto a ele e teve “oportunidade” para pecar. Mas isso lhe era contrário à natureza de Seu interior e essência. Seja eu ou seja você, o que nos mantem no nosso lugar é nossa incapacidade de resolver tudo sozinho.

Imagine uma igreja onde haja um cidadão hipotético que desempenhe estes ministério de forma igualmente hábil. Primeiro, tenho certeza que ele seria um chato (eu entendo de chato). Segundo, duvido sinceramente que desse oportunidade para os demais se desenvolverem. E mesmo que desse, o fato de ser liderado por alguém que não exponha qualquer limitação é intimidador; então, dificilmente o povo se animaria a tentar desempenhar algum papel relevante. Seria talvez uma congregação bem sucedida numericamente, estruturalmente, funcionalmente. Mas não pela edificação do corpo pela justa cooperação de cada parte.

Se nós olharmos para nós mesmos nos encontrando em nosso chamado ministerial, tendo convicção e foco naquilo que sabemos ser o que Deus tem para nós, abrindo mão daquilo que “queremos”, mas sabemos que não é nosso – teremos encontrado uma fórmula que será benéfica para todos. Se cada um souber o seu lugar, as coisas funcionarão melhor. Se cada um souber onde não deve estar, as coisas funcionarão melhor. Se cada um buscar se aperfeiçoar na coisa certa, as coisas funcionarão cada vez melhor. Precisamos e dependemos uns dos outros, não por outro motivo, mas porque este versículo nos ensina já no começo “ELE DESIGNOU”. Não é escolha humana, é divina.

O que talvez esteja escapando ao entendimento de alguns (talvez muitos) é que o grande prejuízo da atitude centralizadora e de tendência auto-suficiente, está para as almas. Os do Reino certamente terão algum prejuízo, mas nada comparado ao inferno destinado àqueles que deveriam ter recebido o evangelho mas foram prejudicados por igrejas locais que não fizeram seu papel. As bodas do Cordeiro não são para toda humanidade, é Bíblico, mas é para tantos mais quantos seja possível alcançar (Mateus 18:14).

Que Deus nos ajude a nos encontrarmos diante Dele no sentido funcional, e nos fortaleça para desenvolver o chamado que Dele recebemos. Imagine a cena da prestação de contas da Sua vida. Papai pergunta “fez o que mandei?” e voce responde “não… mas fiz um monte de outras coisas!“. Misericórdia.

“Senhor, me ajuda a entender e desenvolver meu chamado ministerial para ser, no Senhor, quem Tu queres que eu seja. Me mostra cada vez mais como dependo de meus irmãos e como devo depender de cada um deles.“

2 thoughts on “Ministérios Múltiplos – A Noiva de Cristo

  1. Avatar João Mendes disse:

    Gostei deste seu artigo. Deus o continue usando para a glória do nome d`Ele…

  2. Avatar Eliene Souza Reis disse:

    Amém! Que eu também possa desenvolver os talentos que Deus me concedeu e seja um instrumento útil no Seu Reino.

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