“Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.” (Hebreus 10:19-20)
Quero começar dizendo que não sou fã de serviços do tipo 0800. Se você, meu querido leitor, trabalha num destes serviços, por favor leia até o final e entenda meu ponto de vista. E, por favor (por favor mesmo), não se ofenda enquanto não entender o que quero dizer.
Primeiro, o 0800 existe para que as pessoas realmente responsáveis pelas situações sejam isoladas de possíveis reclamações. Nunca ouvi falar do dono de coisa nenhuma atender uma linha dessas tipo tool-free. Um pessoal educado e que se expressa bem ao telefone fará a linha de frente. Nos casos em que são educados, o que infelizmente não corresponde a 100% das vezes. Com algum ou nenhum treinamento, com pouca ou quase nenhuma informação relevante, mas fará. Não é culpa deles, estão ali porque foram contratados para isso e fazem o que podem. Mas é raro quando efetivamente não dependem de uma liberação ou informação adicional de algum superior.
Os incontáveis números de protocolo de serviços solicitados algumas vezes vão se perder e o serviço só será executado depois de uma reclamação. Evidentemente, pois as pessoas com quem falamos no 0800 não são nem responsáveis pelo serviço, nem têm autoridade sobre as que o fazem. São atendentes, estão neste posto para atender e passar adiante – e o fazem. O bendito sistema é que falha, não registra, etc.
Nosso contato com Deus é direto, sem 0800. Falamos diretamente com o dono e Senhor de todas as coisas, que cria e que destrói, que faz e que desfaz, que não precisa pedir informação ou autorização a ninguém, nos atende pessoalmente em nossos anseios e nos dá desde o dom da vida até o menor dos benefícios. Claro, não posso deixar de mencionar, tão “sem custo de ligação” quanto um 0800 que conhecemos. Ele decidir fazer isso não é mérito nosso.
Da mesma maneira nós não colocamos atendentes de 0800 para atendê-lo. Seremos sempre confrontados, corrigidos, consolados e também beneficiados de forma muito direta. Não há como não atender ao chamado ou contato do Pai. Claro, para alguns de nós (se não a maioria) falar com Deus é mais fácil do que ouvi-lo e confesso que eu mesmo gastei anos da minha vida tagarelando, falando, pedindo, gritando, choramingando – até aprender a ouvir minimamente. Quando foi a última vez que a voz de Deus se fez ouvir? Será que seu coração não está impondo um 0800 para Deus falar contigo? Não será tempo de abrir uma linha direta?
Para quem tem consciência das bodas do Cordeiro, é inaceitável não reconhecer a voz do noivo. Inadmissível fazer parte de um Reino sem conhecer o Soberano. Sob pena de perdermos a vez por não entendermos o chamado, aprendamos a ouvir a Sua voz. Lembre-se que é um “novo e vivo caminho” e não um novo monólogo. É um caminho de mão dupla irmão, Deus também quer falar e ser ouvido.
“Senhor, me ensina a ouvir Tua voz, reconhecê-la, entendê-la, atendê-la. Não quero ser confundido por sons estranhos nem quero mais ficar em um monólogo ao som de minha própria voz. Ensina-me a Te ouvir.“
Pastor Mário:
Gratíssimo pelo lembrete. De fato, neste século em que todos querem falar, é imperioso ouvir a Deus. A orientação de Tiago envolve também o contato com o Pai: seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardia para irar-se.