Vinicios Torres

Deixando de Ser Crianças

Um dia destes, eu e minha esposa levamos nossos netos para brincar em um parque perto de casa. Em um dado momento meu neto mais novo, com um ano e dois meses, cambaleando, passou sobre um morrinho com grama e saiu do outro lado sem cair. Ficou todo satisfeito e quis repetir a façanha. E depois passou de novo e ficou fazendo isso por vários minutos mostrando um sorriso enorme cada vez que conseguia subir e descer. Umas duas semanas antes minha esposa tinha contado que ele tinha feito algo parecido quando descobriu que conseguia descer um pequeno degrau entre a cozinha e a lavanderia. Ficou indo e voltando, vezes sem conta, durante vários e vários minutos.

Coisa perfeitamente natural no caso de uma criança que está aprendendo tudo e descobrindo o mundo a cada passo que dá.

Eu tinha uns seis ou sete anos de idade quando perdi o medo e aprendi a dar cambalhota. Fiz isso no sofá da sala, que era macio e se caísse não me machucaria. quando ganhei confiança comecei a variar as maneiras que fazia a cambalhota e fiz isso por várias horas. Minha mãe o tempo me mandando ter cuidado. Eu tinha descoberto uma “habilidade incrível”.

Naquela noite, por volta das quatro horas da madrugada, acordei chorando com dores no pescoço, não conseguia mexer a cabeça para lado nenhum. Como na época estava tendo um surto de meningite na cidade, meus pais ficaram preocupados e me levaram para o pronto-socorro. Depois de me examinar e fazer alguns testes para descartar um problema mais grave o médico perguntou se eu tinha feito algum esforço ou movimento diferente no dia anterior. Minha mãe imediatamente lembrou das horas de cambalhotas no sofá. Diagnóstico? Torcicolo. Uma esticada no pescoço e usar um colar cervical por uma semana resolveram o problema.

Parece que faz parte do processo de aprendizagem de uma criança esse comportamento: descoberta, repetição, domínio e evolução. Ou seja, primeiro descobre que o desafio existe, segundo descobre que consegue realizar, terceiro repete até internalizar o processo, por último, aquele conhecimento/habilidade passa a ser base para novos conhecimentos/habilidades.

O problema é quando enrosca em algum desses passos e não vai para frente.

Muitos cristãos “descobrem” coisas na vida cristã e, por algum motivo, travam em algum desses passos. Tornam-se pessoas obcecadas por algum aspecto doutrinário ou prático e tudo na vida acaba se resumindo àquilo.

Conhece a pessoa que não importa o que você fale faz a conversa cair naquele assunto que ela não para de falar?

Ou aquele que acha que todos as pessoas devem fazer determinadas coisas como ele faz porque Deus falou com ele para fazer assim. O que ele não compreendeu é que Deus falou COM ELE e PARA ELE.

Muitas vezes Deus trata uma pessoa e ela, por não compreender o processo, trava em algum ponto. O tratamento de Deus fica travado naquela vida e ela passa a dar trabalho para outros.

Certa vez, em uma igreja que participamos, uma irmã começou a insistir com todos que ela conversava que deviam parar de ver televisão, inclusive devendo tirá-las de suas casas. O pastor dela chamou-a para conversar e perguntou o que motivou aquele súbita “santificação”. Depois de deixar de argumentar ela se abriu com o pastor e contou que era viciada na televisão a ponto de ter problemas de relacionamento com o marido e os filhos e por causa da negligência com a casa. Em um momento de oração ela sentiu-se tocada por Deus e motivou-se a vencer o problema. A solução para ela? Tirar a televisão de casa e focar a atenção em outras atividades. Para ela a televisão era um problema e tirá-la de casa a sua solução. Mas, ela estava extrapolando o trato de Deus com ela para todos os irmãos à sua volta.

Examine-se e veja se você, por acaso, não se “enroscou” em algum parte de um processo qualquer que Deus tenha te colocado. Assuma a sua parte no processo e vá em frente, não fique travado. Aprenda, pratique, domine e use esta nova habilidade/conhecimento para ir adiante.

E lembre-se: se Deus falou com você, é com você que ele está tratando.

Vinicios Torres

Obediência e Autoridade

“Estes sinais acompanharão os que crerem: EM MEU NOME…” (Marcos 16:17a)

“Há um relacionamento direto entre a nossa obediência e a manifestação da autoridade de Jesus Cristo em nossas palavras e ações. Se vivemos em desobediência, as nossas palavras são nulas e vãs, mas, se andamos em obediência, agindo através do Espírito Santo, aí então há autoridade no nome de Jesus.” – J. Gunnar Olson

Vinicios Torres

Começar: o Grande Separador

Alguns tempo atrás li um pequeno artigo do Pastor John Maxwell que é uma inspiração para todos os que são ou desejam ser líderes e fazer diferença em sua vida e no mundo ao seu redor.

Com vocês, John Maxwell:

Você quer ser um sucesso? Como você sabe, muitos obstáculos podem manter mesmo a pessoa mais altamente motivada, longe do sucesso. Mas hoje eu quero falar sobre o ÚNICO obstáculo que nos manterá SEMPRE longe do sucesso: Não começar.

Começar é o Grande Separador. Ele separa…

  • Os que fazem dos que não fazem,
  • Os que têm dos que não têm,
  • Os vencedores dos chorões, e
  • Os bem sucedidos dos fracassados.

Se desejar fosse suficiente então todo mundo seria um sucesso. Mas o sucesso é como um livro e o início e o fim são a capa e a contracapa. Até que você abra a capa da frente, não pode experimentar nada das páginas que estão dentro.

Então, como você começa?

_1. Comece com você mesmo. _

Se você já voou de avião, então já ouviu as instruções antes do voo acerca das máscaras de oxigênio – que caem do teto em caso de emergência. Se você estiver viajando com alguém que poderá precisar de ajuda, em quem eles dizem que você deve colocar a máscara primeiro? Em você mesmo! Eles querem lembrar-lhe que você não pode ajudar alguém a conseguir oxigênio se você mesmo não consegue respirar.

Começar por você não é um objetivo egoísta – contanto que você não esteja fazendo isso apenas para seu próprio benefício. Colocando a minha própria máscara de oxigênio, eu consigo o ar que eu preciso para poder ajudar os outros a obterem oxigênio também. Como um líder, eu consigo o que eu preciso para poder ajudar aos outros.

2. Comece cedo.

Eu não posso superestimar o quanto você ganha por começar cedo. É algo que você realmente não pode entender ou compreender quando você é jovem. Uma criatura que entende este princípio é a formiga.

Considere o que a Bíblia diz em Provérbios:

“Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento.” – Provérbios 6:6-8

A atividade de uma única formiga parece ter pouco impacto. Afinal de contas, ela só pode carregar uma semente ou um pequeno grão de areia. E não fica clara o que um simples grão de areia significa no grande quadro que está sendo formado. Mas, independentemente do que se enxerga de fora, o impacto está acontecendo e alguma coisa está sendo desenvolvida.

Se você está tentando perder peso, construir um negócio, construir um casamento, educar uma criança, superar um hábito, resolver uma depressão, ou construir um negócio, tudo é construído da mesma maneira: um tijolo por vez. E quanto mais cedo você começar, mais tijolos (ou grãos de areia) você acumulará.

3. Comece pequeno.

A maioria de nós gostaria de ver todo o caminho de onde estamos até o fim. Mas a vida não funciona desta maneira. Como uma pessoa que está carregando uma lanterna, muitos de nós só consegue enxergar pequenas porções do caminho na nossa frente. Nossa melhor resposta é apenas para dar o próximo passo.

Por que começar pequeno? Isso encoraja você a começar e lhe permite priorizar e concentrar-se. Também fornece a base necessária para dar o próximo passo.

Como uma pessoa que carrega uma lanterna, seu caminho e iluminará uma curta distância a frente. À medida que nós avançamos, conseguimos enxergar mais à frente. A lanterna que nós carregamos pode não iluminar a casa toda, mas nos mostra o caminho que devemos andar para chegar lá.

4. Comece com o fim em vista.

John Wooden, um treinador americano de basquete, era conhecido por seu foco na preparação. Em cada exercício ele mantinha a meta – o próximo jogo – em vista. Por quê? Porque ele dizia: “É muito tarde preparar-se quando a oportunidade aparece.”

Em primeiro lugar, descubra a sua paixão. Uma paixão, um objetivo que você deseja fortemente, lhe dá energia. Depois, planeje a sua direção. O começo da jornada é o lugar para estudar o mapa. Você pode até não conhecer todo o caminho, mas o seu plano deveria sempre apontar a direção do seu destino.

5. Comece agora.

É muito fácil dizer “Eu vou começar amanhã.” Nós prometemos que amanhã começaremos a dieta, a estudar, uma carreira ou um relacionamento. Mas até que nós comecemos, sonhos permanecem sendo apenas sonhos.

Pode ser clichê dizer que uma jornada começa com o primeiro passo, mas continua sendo verdade. Pessoas bem sucedidas não esperam que tudo esteja perfeito para então começar a se mover. Eles não esperam que todos os problemas e obstáculos desapareçam. Eles não esperam até que o medo diminua. Eles tomam a iniciativa. Eles sabem um segredo que bons líderes entenderam: o momentum é amigo deles. Quanto mais cedo você der o primeiro passo e começar a mover-se a frente, as coisas se tornarão mais fáceis. Se o ritmo for forte o suficiente, muitos dos problemas cuidarão de si mesmos e o talento desabrochará. Mas isso só acontecerá depois que você tiver dado os seus primeiros passos.

Vinicios Torres

Resgatando Esaú

Continuando a releitura da história de Jacó que comecei há alguns meses, gostaria que nós prestássemos atenção em alguém que sempre é lembrando pela lambança que fez.

Não tem como falar de Esaú sem lembrar de sua malograda decisão de vender o seu direito de primogenitura. A própria Bíblia o apresenta como exemplo a não ser seguido por causa disso. Ela diz que Esaú “desprezou” a bênção que lhe estava reservada.

Você pode ver os outros artigos a respeito em:

Mas também com Esaú as pessoas se concentram em seus erros e perdem de vista as coisas boas que podem ter acontecido. A vida toda eu tive de Esaú uma má visão, achava que ele tinha amargado o resto da vida as consequências dos seus erros e de suas atitudes.

No entanto, ao pensar sobre as promessas de Deus para Abraão de que ele teria uma descendência grande e abençoada, não pude deixar de pensar que Esaú fazia parte dela. Ele perdeu a herança e o privilégio do Messias vir da sua linhagem, mas era filho do descendente de Abraão.

Quando percebi isso, lembrei que, quando Jacó volta para a terra de Canaã, para a casa de seu pai, 20 anos depois de sair para buscar uma esposa, ele temia que seu irmão ainda guardasse rancor. Para tentar apaziguá-lo, Jacó envia parte de seu gado e de seus pertences como presente para Esaú. Quando Esaú chega onde Jacó estava, ele abraça Jacó e eles choram.

Em seguida Esaú pergunta o que eram todas aquelas coisas que ele tinha visto pelo caminho e Jacó responde sem reserva que era para ser bem recebido por ele. Então Esaú dá uma resposta maravilhosa:

Eu tenho muito! Guarde para você o que é seu.”

Naqueles tempos, o primogênito recebia uma porção dobrada da herança da família, mas naquele episódio Isaque ainda era vivo, portanto a herança ainda não havia sido dividida. De onde Esaú conseguiu tanto e como abandonou o ódio ao irmão para recebê-lo tão bem?

A chave para compreender isso está em Gênesis 27:40, quando em prantos pede ao pai uma bênção, já que o irmão havia recebido a que lhe era destinada. Isaque prediz que a sua vida será de dificuldade e sofrimento e que ele estava destinado a ser inferior ao irmão.

A menos que ele mudasse as atitudes para com a vida.

O versículo 40 da tradução “Almeida Corrigida e Revisada Fiel” é uma das poucas em português que traduz este versículo da mesma maneira que a maioria das versões em inglês: “quando te assenhoreares”. Traduzindo para o linguajar mais cotidiano: quando você se tornar senhor de si mesmo, quando você aprender a controlar seus sentimentos e instintos, quando você tiver domínio próprio.

O que Isaque estava dizendo para Esaú é que enquanto ele não tivesse domínio de si e vivesse tomando decisões irresponsáveis baseadas em sentimentos momentâneos e passageiros, ele teria uma vida difícil e se sentiria inferior ao irmão. Mas quando ele crescesse emocionalmente e tomasse as rédeas da vida chegaria o dia em que este jugo de desigualdade e inferioridade lhe seria tirado.

A Bíblia registra, em Gênesis 28:6-9, que esta mudança começou em Esaú logo depois que ele viu Jacó sair em viagem para buscar esposa. Ele reconheceu a obediência de Jacó e o fato de que suas esposas não satisfaziam o que seus pais consideravam como importante. Sua primeira ação, foi buscar uma esposa entre seus parentes, de maneira que pudesse trazer alguma harmonia entre a sua casa e a de seus pais.

A julgar pelas palavras de Esaú no encontro com seu irmão 20 anos depois, podemos chegar à conclusão de que ele “tornou-se senhor de si mesmo” a tempo de experimentar a liberdade e a prosperidade prometida à descendência de Abraão.

Podemos tirar uma lição importante da vida de Esaú e da sua resposta à profecia de seu pai. Apesar de alguns de nós nos identificarmos com o estilo de vida impetuoso, agitado e aventureiro de Esaú, em relação às coisas importantes da vida, à Palavra e às promessas de Deus, devemos exercitar o auto-domínio.

Nas palavras do apóstolo Paulo, devemos evidenciar o fruto do Espírito chamado domínio próprio. Das sementes desse fruto brotarão liberdade e prosperidade.

“Senhor, rendo-me ao teu Espírito Santo para que em minha vida se manifeste o fruto do domínio próprio e eu seja conhecido como alguém que te obedece sempre e experimenta a sua bênção abundantemente.”

Crédito da foto: Esau and Jacob reconcile (1844) – Francesco Hayez – The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH.

Vinicios Torres

O Senhor é o Senhor do Fácil e não do Difícil

Nestes tempos de dificuldades você também tem enfrentado a tentação de buscar soluções nos métodos humanos? Basta assistir a um telejornal para ver que a vida de hoje carece de soluções e somos tentados a acreditar que qualquer coisa que seja possível para resolver algum dos nossos problemas ou problemas da nação devem ser bastante complicados. Desanimamos só de pensar em procurá-las.

Mas já lhe passou pela cabeça que os métodos de Deus podem ser mais fáceis?

Nesses últimos meses, fui encorajado a crescer na fé através de uma série de mensagens que tenho escutado de um pastor da Guatemala. Elas estão em espanhol e apenas indicar o endereço não ajudará a muitos. Sendo assim decidi traduzi-las em áudio. É um exercício bom para mim e pode ajudar você também.

A primeira é sobre o poder da oração, a mais simples solução para os nossos problemas e ansiedades, e a mais negligenciada. Tenho sido abençoado com algumas revelações dessas mensagens e desejo compartilhar com você.

Ouça e comente conosco o que ela te ajudou.

ouça o áudio: https://www.ichtus.com.br/download/vt-001-O_Poder_da_Oracao.mp3

Vinicios Torres

Deus Não Nos Livra da Honestidade – O Que Eu Faço

“Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo” (Salmo 15:1.2a)

Conheci uma mulher que passou pela seguinte experiência.

Ela era secretária de um executivo em uma empresa multinacional há alguns anos e, certo dia, o chefe lhe pediu para realizar um trabalho que ela identificou como uma fraude. Ela se recusou a fazer o trabalho e disse para o chefe que aquilo era errado e que ela não aceitaria participar daquilo. Ele disse que estava tudo bem, que se ela pensava assim não precisava fazer. No dia seguinte, ao chegar na empresa, descobriu que tinha sido demitida. Nem pode entrar para pegar suas coisas, que lhe foram entregues em um caixa pelo próprio RH.

Histórias assim são comuns. Pessoas que pelos princípios que receberam da família ou pelas convicções formadas pela ação da Palavra de Deus em sua mente (Romanos 12:1-2) recusam-se a participar de atividades que sabem ser erradas, mesmo que fazer lhes traga lucro e/ou não fazer lhes traga prejuízo.

Ser íntegro em sua conduta, como diz o Salmo 15:2, significa que a pessoa toma a decisão de não dividir a sua conduta das suas convicções, que fará exatamente o que disse que faria. A pessoa íntegra não precisa de contratos, a sua palavra é suficiente (Mateus 5:37).

Com o passar dos séculos, a humanidade está perdendo a percepção da importância da palavra que sai da sua boca. Nos tempos antigos (e ainda em algumas sociedades não contaminadas pelo relativismo moderno) a palavra de um homem era tão importante e significativa, que este, se necessário dava a sua vida ou liberdade para cumpri-la.

É por isso que podemos confiar em Deus e na Sua Palavra. Ele, criador e sustentador de todas as coisas pela palavra que sai da Sua boca (Salmo 33:6,9, Hebreus 1:1), fez promessas e declarou mandamentos, decretos e leis. Ele prometeu, ele cumprirá (Números 23:19).

Muitas vezes enfrentamos situações em que nos passa pela mente que se dermos uma pequena “flexibilidade” ao nosso conceito de honestidade poderemos auferir uma vantagem ou escapar de um problema. Afinal de contas que mal trará uma pequena esquecida? As dificuldades que podem vir se ficarmos firmes em um posicionamento podem ser maiores do que as que estamos dispostos a enfrentar.

O apóstolo Tiago nos anima quando diz que devemos ficar felizes quando passarmos por aflição, pois ela trará benefícios da parte do Senhor, e o apóstolo Pedro nos exorta que se vamos sofrer, soframos por fazer o bem, pois então teremos “crédito” para sermos recompensados, mas se formos desonestos, o sofrimento terá sido justo e nada nos restará após ele acabar.

O pensamento de que Deus não nos livra da honestidade, me veio após ter que resolver diversos problemas que a imobiliária nos impôs na entrega da casa. Durante anos, cuidamos da casa como nossa mesma e fizemos o que entendíamos que o contrato nos obrigava. Ao fazer a vistoria de entrega, a imobiliária exigiu vários itens que não havíamos contemplado. O grande problema: não tínhamos mais orçamento para nada.

Com dor no coração, avaliamos cada item e separamos aqueles que eram abusivos e respondemos formalmente que não faríamos e por quê, e os demais demos o jeito que foi possível. Em várias coisas deu-nos a tentação de maquiar para parecer que tínhamos resolvido, mas preferimos, mesmo sofrendo com o prejuízo, substituir por itens novos ou mandar consertar.

Várias vezes orei: “Deus me faz não ter que gastar dinheiro com isso, me livra da opressão desta imobiliária.” Mas todas as vezes que assim o fazia, me lembrava do verso do Salmo 15, e dizia para Deus: “Ok, Senhor. Eu quero poder continuar entrando em tua presença com as mãos limpas.”

Confiamos na promessa de Deus (a Sua Palavra proferida): “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” (Gálatas 6:9).

Ser honesto é fazer o bem. Sempre.

Ah, a mulher da história lá no começo. Quase dois meses depois de ter sido demitida, ela recebeu o telefonema da empresa pedindo para comparecer a uma entrevista com o presidente. Ela foi, mesmo sem saber por quê, confiante no fato de que nada devia. Na entrevista, o presidente lhe contou que as operações fraudulentas do seu ex-chefe estavam sendo investigadas na época em que ela foi demitida, e após a conclusão das investigações seu ex-chefe foi demitido da empresa. Por causa, da sua atitude honesta de se recusar a participar do esquema, mesmo perdendo o emprego, o presidente ofereceu a ela um novo trabalho, agora como assessora da presidência.

Se não desanimarmos, colheremos os frutos da nossa honestidade.

Vinicios Torres

O Que Eu Faço

A mensagem anterior – O Que Você Faria – provocou reações variadas.

Alguns acharam que faltou a mensagem – afinal, tantas questões, onde estão as respostas?

Houve quem achasse que seria um testemunho de reviravolta fenomenal – o que desejo muito que aconteça, por sinal.

Houve quem se compadeceu e mandou palavras de esperança e consolo – obrigado, cada palavra ficou registrada no coração.

E houve quem se identificou com o momento dizendo estar passando por situação(ões) semelhante(s). A estes oramos juntos pela intervenção de Deus.

Como eu disse nas mensagens Tempo de Mudar e Tempo de Mudar 2, a passagem de Eclesiastes 3 faz me sentir melhor ao saber que todas as coisas tem um tempo determinado.

A mudança virá independentemente da nossa vontade. Mas, muitas vezes, nós podemos provocar essa mudança se, submissos à vontade de Deus, obedecermos às suas instruções e tivermos coragem de seguir em frente.

Às vezes, seguir em frente nos leva a impasses e situações difíceis. Imagine a situação do povo que havia saído do Egito, alegre com a ideia de estava indo para a liberdade, quando chega diante do mar e percebe que está em uma armadilha. À frente, água intransponível, atrás, os egípcios vingativos magoados com a perda dos seus filhos. Não dá mais tempo para uma rota alternativa. Eis, de novo, a nossa pergunta: O que você faria?

Teria Moisés entendido errado a direção dada por Deus? Teria o povo se entusiasmado cedo demais com a possibilidade de liberdade?

Quando chegamos nesses impasses temos a tendência de achar que fizemos algo errado ou que entendemos mal o que Deus nos mandou. Mas esse episódio nos ensina duas coisas através de Moisés.

A primeira foi que Moisés manteve a atitude de confiança em Deus independente do que se podia ver com os olhos físicos. Moisés, pela fé, já tinha visto a Terra Prometida e sabia que Deus levaria o povo até lá. Se esta era a promessa de Deus então aquele momento não era o fim! Por isso ele pôde dizer ao povo “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; … O Senhor pelejará por vós” (Êxodo 14:13,14).

A segunda foi que esta atitude permitiu que ele continuasse a ouvir a Deus e a obedecê-lo, ainda que a direção parecesse loucura para a mente natural. “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.” (Êxodo 14:15,16).

Moisés não entendeu errado, o povo não se entusiasmou antes da hora, mas a situação chegou a um impasse. O cenário está montado e nesse momento você pode escolher:

  1. ou tenta fazer 1 milhão de pessoas nadarem até o outro lado,
  2. ou tenta fazer mulheres, velhos e crianças enfrentarem um exército furioso,
  3. ou obedece ordens inusitadas de Deus.

Na maioria das vezes, obedecer a Deus é fácil, nós é que complicamos as coisas desnecessariamente com a nossa mente elaborada. Levantar a mão não é mais fácil que lutar contra um exército? No entanto ficamos dando cem motivos porque a solução de Deus não vai funcionar.

A única coisa que precisamos é crer que Deus sabe o que está fazendo.

Evidenciamos isso ao continuar colocando em prática a Sua Palavra mesmo quando parece que ela não vai funcionar.

  • Continuamos a ser honestos e íntegros mesmo quando todos dizem que sem um “agrado” aquela venda não sai.
  • Continuamos a ser bondosos e a servir mesmo quando percebemos que os outros abusam da nossa bondade. (Gálatas 6:3)
  • Continuamos a agradecer a Deus por todas as coisas mesmo quando elas parecem que não são boas. (1 Tessalonicenses 5:18)
  • Continuamos a orar e a buscar a presença de Deus mesmo quando parece que Ele não nos ouve. (1 Tessalonicenses 5:17; Lucas 18:1)
  • Continuamos a amar mesmo quando aqueles a quem dirigimos nosso amor não reconhecem. (1 Coríntios 13:7)

Permanecer firme no propósito de obedecer a Deus e Sua Palavra pode nos levar a impasses e situações que parecem insolúveis. Você pode olhar à sua volta e fazer uma lista dos impossíveis que lhe rodeiam. Mas em vez de sucumbir às suas próprias e complicadas soluções, renda-se às ordens simples que o Senhor te der.

Estou rodeado pelos meus impossíveis, mas creio que Deus dará ordem para cada um deles!

“Ó Deus, meu pai amado, ajuda-me a te ouvir sem complicar as suas ordens.”