Mário Fernandez

Fé – A Noiva de Cristo

“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’.” (Romanps 1:17)

Uma das coisas mais confusas que tenho presenciado nos dias em que vivemos é a dualidade entre a justiça e o amor. Se Deus é amor (e sabemos que é pois a Bíblia nos revela isso claramete) como Ele pode exercer juízo? Parecem conceitos contraditórios, antagônicos, incompatíveis. Mas não são, pode crer.

O amor é a essência de Deus, é a ‘coisa’ do qual Ele é feito, é o que Ele é. Isso não precisamos ter dúvida. Mas esse amor é absolutamente, completamente, divinamente, perfeitamente SANTO. Assim sendo, é um amor muito muito, muito incompatível conosco, que de santos não temos nada, pois somos essencialmente pecadores. Isso sim é incompatível ao extremo. Ele deseja profundamente nos amar com Seu amor infinito, mas existe uma barreira. Neste sentido, torna-se impossível desfrutar deste amor. Pense como se você estivesse com muito frio, mas muito frio mesmo, e do lado de fora de uma casa quentinha com lareira acesa. Dentro está quentinho, fora está um gelo. A distância são, talvez, apenas um metro ou dois, mas a diferença é enorme. Por quê? Há uma parede, uma barreira, um isolamento. Pois bem, no quentinho do amor de Deus há uma parede de isolamento chamada santidade, que nos separa dEle pois somos pecadores. Tem solução? Claro.

Antes de entender como romper essa separação, precisamos deixar uma coisa clara – o frio é a falta de calor, tal como a escuridão é a falta de luz. A justiça de Deus, portanto, decorre do isolamento ou separação de Seu amor. Não é algo que esteja Nele em essência como o amor, mas é decorrente. O distanciamento do amor de Deus nos lança automaticamente na justiça, tal como o afastamento da fonte de calor nos deixa à mercê do frio.

Existe um elemento que ‘dissolve’ o isolamento e permite recebermos o amor de Deus apesar do que somos e do que não somos (talvez até mais do que não somos). Esse elemento se chama fé. O versículo acima nos fala do evangelho como revelador da justiça de Deus e do inicio ao fim isso é por fé. Veja bem, sendo assim é a fé que nos livra da justiça porque ela nos aproxima do amor, nos permite acessar a fonte do amor. Numa lógica bem simplificada – por fé cremos, crendo recebemos Jesus, recebendo-o o Espirito Santo faz morada em nós, morando em nós intensifica nossa fé e dirige nossa vida. Claro, Ele não nos dirigiria ao caminho errado. Advém disso o perdão de nossos pecados, que impunha separação entre nós e Deus. Fim do problema.

Sendo assim tudo se trata de uma questão de fé. Simples, direto e prático. Obviamente não é fácil de ser vivido, uma vez que as nossas forças limitadas e nossa dificuldade de gerar fé são problemas reais. Mas é possível, sim, para qualquer ser humano crer o suficiente para ser salvo. O evangelho é, antes de tudo, o poder de Deus para salvação. Por isso, e não por outro motivo, este mesmo evangelho revela a justiça de Deus – porque ao não exercer fé nem desenvolver sua santidade por meio da fé, as pessoas se colocam mais e mais distantes da fonte ‘quentinha’ do amor de Deus. Resultado: o frio da justiça.

Esta é uma mensagem para a noiva do Cordeiro. Abra os olhos e veja que desenvolver sua fé é necessidade e não apenas um item a mais. Não é uma coisa boa, é uma coisa vital. Por extensão, quem tiver um pingo de humanidade e sensibilidade levará a mensagem do evangelho adiante para não ver outros cairem no abismo.

“Senhor, não me permita ofuscar Teu amor com minha falta de visão e falta de fé. Me ensina a desenvolver minha fé e leva-la adiante para com isso desenvolver minha salvação com temor e tremor.“

Mário Fernandez

Corpo – A Noiva de Cristo

“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Efésios 4:11-12)

“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.” (Apocalipse 19:7)

Quero aqui agradecer a um irmão em Cristo, leitor destas devocionais, pela inspiração para escrever esta meditação em particular. Não vou citar o seu nome pois não obtive permissão.

Afinal, nós igreja somos ‘CORPO DE CRISTO’ ou somos ‘NOIVA DE CRISTO’? Somos os dois, num certo sentido. Não ao mesmo tempo, mas somos. Me permita explanar.

Do ponto de vista de igreja local e de ministérios, somos sem dúvida o Corpo de Cristo na Terra. Somos a extensão visível e materializada do que Jesus de Nazaré iniciou enquanto encarnado em forma humana. Somos essencialmente aquilo que Ele era durante o tempo que aqui esteve, por trinta e poucos anos. Neste sentido não há dúvidas, mesmo porque desconheço qualquer literatura ou teólogo minimamente sério que discorde. Há outras referências, claro, mas o texto de Efésios 4 já é suficientemente claro.

Mas não podemos negar que a narrativa de Apocalipse 19 se refere aos salvos, portanto a noiva mencionada ali é a igreja. E agora? Simples. No cenário futuro, no porvir, dado que seremos glorificados e portanto transformados em semelhança de Cristo como Ele hoje É, somos sua noiva. Somos o complemento de uma junção espiritual representada pelo casamento, uma união que torna homem e mulher uma só carne e isso representa nitidamente que seremos um com o Senhor. É um mistério? É complicado? Falta entender muitos detalhes? Obviamente que sim, mas por fé cremos que toda Escritura é divinamente inspirada e útil para ensino – portanto por fé cremos que, embora não entendendo completamente, está acertado.

Então, para simplificar, podemos tomar por base que, enquanto neste mundo somos Corpo de Cristo, no porvir seremos a noiva. Mesmo porque, lembremos, na eternidade Cristo não precisa de corpo para se manifestar pois Ele já está lá glorificado. E aqui na Terra Ele não precisa de noiva nenhuma, pois Ele não se manifesta mais aqui e sim na Eternidade. Se ficar mais fáci para entender, pense que somos o Corpo que vai ser a Noiva.

Posso abrir meu coração? Nada disso me preocupa, meu foco não é este. Jesus é o Alpha e o Ômega, Ele é tudo, como diz a moçada “Ele é O CARA”. Se Ele me quer útil para Ele, útil eu serei até o limite de minhas forças. Se Ele prefere me usar em silêncio, me calarei. Se Ele prefere me usar de uma ou de outra forma que seja, isso aqui é tudo passageiro mesmo. Eu vou passar a eternidade com Ele, vou viver com Ele, sou salvo e faço parte de um plano Eterno muito muito maior do que eu e mal posso compreender. Deus nunca prometeu que eu entenderia tudo, mas prometeu que se eu for fiel até a morte receberei a coroa da vida. A mim basta e deveria bastar a qualquer um.

Busque a Deus e cumpra o seu papel, segundo o chamado Dele para sua vida. Seja o que Ele deseja que você seja. Faça o que Ele quer que seja feito e fuja do que Ele não se agrada. A promessa está nisso, o resto é periférico. As bodas do Cordeiro se aproximam e com total certeza tudo que conhecemos passará.

“Senhor, me ajuda a obedecer mais do que a entender Tua Vontade. Como expressão do Corpo de Cristo na Terra tenho missão a cumprir, mas sem Tua Presença não posso, não consigo e nem quero tentar. Me fortalece para Tua Glória.“

Mário Fernandez

Funcionamento – A Noiva de Cristo

“Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.” (Romanos 12:4-5)

Eu já devo ter dito isso uma centena de vezes ou mais…. mas estou impressionado com os dias em que vivemos. Ver pessoas almejando posições e poderes no meio político, na carreira militar, dentro de uma multinacional, no serviço público. Tudo isso faz sentido no seu contexto. Mas dentro da igreja eu não consigo me conformar. É o único lugar onde deveríamos querer ser os últimos para chegar primeiro, servir para ter galardão e diminuir para Ele crescer. Inacreditável. Vi coisas que não gostaria de ter visto.

Vi diáconos mudando de igreja porque perderam a posição de líder diaconal. Vi irmãos indo embora porque o pastor local informou que ali eles não iriam pastorear. Vi pessoas preciosas indo embora porque não se achavam dignas da posição para as quais foram convidadas – queriam algo “superior”. Vi pastores mudando de ministério porque aquela congregação não estava à sua altura.

Se isso me entristece imagino o que Deus sente. Sabe queridos, precisamos cumprir funções no corpo de Cristo, que é a igreja, mas também precisamos entender que nem sempre será o que pensamos ou desejamos. Temos de ser movidos por convicção e não por desejo ou necessidade. Não adianta colocar a pessoa errada com o pretexto de que não tem outra – é errado inclusive aceitar o convite. Ou Deus nos dá convicção (Colossences 3:15) ou a resposta é não.

Temos de viver mais por fé e menos por teorias. A noiva do Cordeiro (Ap 19), que é a igreja, precisa aprender que nem tudo será movido pela lógica ou pela razão, diferente das organizações deste mundo. Se não temos a pessoa certa para um determinado ministério na igreja local, oremos ao invés de colocar qualquer um. O Senhor providenciará. Se queremos um determinado cargo, oremos e aguardemos Deus confirmar, pois Ele não é Deus de confusão. Se algo precisa ser feito e temos dúvidas ou impasses, oremos até que Deus fale com quem tem que falar. É fé, não é utopia. Já vivi situações assim suficientes para escrever um livro de testemunhos.

A moral da história e o cerne de tudo é que a igreja (se preparando para as bodas do Cordeiro) precisa de fato se preparar e nisso tem funções a cumprir e papéis a ocupar. E não se iluda, serão pessoas como eu e você que farão isso, dentro de suas capacidades mas principalmente dentro de um chamado e convicção que deverá necessariamente vir de Deus.

Quem me conhece pessoalmente sabe, que eu prego num culto de santa ceia com a mesma alegria de servir do que limpo um banheiro, passo um pano no chão ou ajudo na cozinha. Lavo pratos e oro por enfermos com o mesmo entusiasmo. Sou incapaz de achar que tenha algo para fazer na igreja local para a qual eu não seja digno, no sentido de achar que sou bom demais para fazer algo. Por quê? Porque Jesus fez o pior e mais sofrido e eu não sou nada. Mas não me peça para fazer algo que ocupe um papel relevante sem eu ter pelo menos uma noite para orar e buscar confirmação de Deus. Não importa se é para pregar amanhã de noite ou ajuda na cozinha domingo. Tento ser movido por fé. Aliás, pobre de mim, tenho tentado ouvir a voz de Deus até para escolher o caminho no trânsito, mas ultimamente nada tem sido fácil.

Vamos focar nisso e deixar de lado o que não importa. A noiva precisa se preparar e tem pessoas demais se perdendo pelo caminho. Não engrossemos esta lista.

“Senhor, me ensina e fortalece para aprender a decidir por Ti e não por mim mesmo. Não quero ser movido pelos meus desígnios mas pelos teus.“

Mário Fernandez

Importante – A Noiva de Cristo

“Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa,” (Efésios 1:13)

Temos de resgatar a perspectiva correta das coisas quando o assunto é gratidão a Deus. O mais importante é o que Ele já fez por nós, não o que Ele ainda fará – não estou desmerecendo o valor das bodas do Cordeiro, da eternidade, da Nova Jerusalém. Mas nada disso faz qualquer sentido sem a salvação que já nos alcançou. Ou seja, o primeiro e mais importante passo no caminho da nossa vida eterna já foi dado e iniciado por Deus, o Pai. Aleluia.

A perda da perspectiva de quem é Jesus e o que já fez por nós decorre primeiramente da falta de conhecimento bíblico desta geração que aí está. Refiro-me, não apenas aos mais jovens, mas a todos que estão vivos neste tempo presente. Acho impressionante que pessoas com um pouco mais de conhecimento bíblico sejam tão salientes no meio de uma congregação, enquanto deveriam ser apenas “normais”. Por falta de conhecer a Palavra de Deus, desconhecem o Deus da Palavra e por conta disso, não valorizam o mais importante – a obra de Jesus.

Eu tenho me proposto a resgatar esse valor da Palavra em meio àqueles com os quais tenho algum convívio ou condições de influenciar. São anos e anos de esforço contínuo para conhecer as Escrituras – note, não me refiro a decorá-las mas a conhecê-las. Qual a diferença? Pois bem:

  • Quem decora sabe o que está escrito, quem conhece sabe para que serve
  • Quem decora repete, quem conhece pratica
  • Quem decora recita, quem conhece vive
  • Quem decora lembra, quem conhece aplica
  • Quem decora repete, quem conhece compartilha
  • Quem decora lê, quem conhece digere e se alimenta.

Percebe a diferença? É na simplicidade do evangelho que somos salvos, não na complicação das teologias, na dificuldade de interpretação, nas muitas letras. Entender que a salvação não vem de nós é fácil, basta olhar em volta, nada sugere que conseguiríamos sozinhos. Jesus é mais importante do que eu ter razão, sua obra é mais importante do que eu entendê-la. Eu preciso crer e obedecer pois é disso que se trata ser cidadão do Reino de Deus. Mas sem as Escrituras isso não aparece nem tem sentido.

Um adolescente algum tempo atrás me disse “o que importa é o que interessa”. Eu ri, depois me calei, acho que agora comecei a entender. Jesus é o que importa e sua obra é o que interessa – sou salvo por ela.

Ser a noiva do Cordeiro, sem dúvida nenhuma, implica conhecê-lo, reconhecê-lo e valorizá-lo. Dar importância ao que é importante – isso é mais do que sabedoria, é necessidade e é salvação.

“Senhor, me ajuda a valorizar o que Tu já fizeste por mim, mesmo porque ninguém mais poderia fazer por mim. Quero ser grato da forma correta e viver de modo compatível.“

Vinicios Torres

Pecados Privados

“… e sabei que o vosso pecado vos há de achar.” (Números 32:23 ACF)

Dr. Jim Denison comenta hoje a respeito de um líder muito famoso que está enfrentando acusações de “conduta sexual imprópria” com várias pessoas durante o seu ministério. Uma obra construída durante mais de trinta anos, e que abençoou milhares e milhares de pessoas ao redor do mundo, está sendo abalada por aquilo que o jornal Times chamou de “pecados privados”.

Muitas vezes acreditamos que podemos manter pecados escondidos na privacidade. Mas isso é apenas uma ilusão que o Diabo gosta de fazer a gente pensar. Ele reforça essa ideia nas nossas mentes sabendo que se nos sentirmos protegidos pela ideia de que esses pecados privados nunca serão revelados poderemos continuar usufruindo deles sem consequências.

Esquecemos que a Palavra de Deus assevera que todas as coisas escondidas serão reveladas (Mateus 10:26). Se não agora, certamente no último dia diante do trono de Deus.

O Dr. Denison termina seu artigo com algumas considerações relevantes:

“Satanás quer que acreditemos que ninguém saberá ou será ferido. Sabemos que podemos confessar nossos pecados e sermos perdoados por eles (1 João 1:9), por isso achamos que podemos abrigar uma área de pecado particular que nunca será tornada pública.

Há pelo menos três enganos aqui.

Um: O pecado particular raramente permanece privado. O pecado de Davi com Bate-Seba logo se tornou parte de seu legado público. Computadores podem ser hackeados; os cookies da internet podem rastrear o tráfego da web; outros podem descobrir o que pensamos ser secreto.

Dois: Deus pode perdoar nosso pecado, mas ele não pode nos recompensar por isso. Cada momento que passamos em desobediência é um momento que não podemos voltar. E uma oportunidade perdida de obediência que nosso Pai teria recompensado eternamente (cf. 1 Coríntios 3:14).

Três: O pecado particular dificulta a obra de Deus através de nós. O pecado aflige o Espírito (Efésios 4:30) e “apaga” seu trabalho em nossas vidas e ministérios (1 Tessalonicenses 5:19). O Espírito Santo não pode usar totalmente um vaso profano. Se estamos abrigando o pecado privado, mas pensamos que Deus está nos usando de qualquer maneira, imagine o que ele poderia fazer dentro e através de nós se fôssemos completamente dele.

Uma chave poderosa para derrotar a tentação

Vamos encerrar com um elemento crucial para derrotar a tentação privada. Vários anos atrás, participei de um seminário de líderes eclesiáticos sobre os perigos da pornografia. Um dos meus colegas fez uma observação que não esqueci: devemos amar a Jesus mais do que amar o pecado.

Uma coisa é amar a Jesus, mas outra é estar apaixonado por ele. Então, peça ao Espírito para ajudá-lo a estar mais apaixonado por seu Salvador hoje.

E lembre-se de tudo o que Jesus fez por você. Charles Spurgeon disse: “Se conhecemos poucas das excelências de Jesus, o que Ele fez por nós e o que Ele está fazendo agora, não podemos amá-lo muito; porém, quanto mais o conhecermos, mais o amaremos.”

Jesus diria que você está apaixonado por ele hoje?

Vinicios Torres

Adversidades

“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo” (João 16:33)

“Creio que aquilo que diferencia times ou indivíduos bons de times ou indivíduos excelentes é a maneira de lidar com a adversidade. Você se deixa abalar por ela ou a usa para se fortalecer?

A adversidade pode nos ensinar mais sobre nós mesmos do que qualquer sucesso, e às vezes superar um obstáculo é mais gratificante do que alcançar uma vitória fácil. Além disso, podemos descobrir até onde vão nossa resistência, nossa força de vontade e nossa capacidade de transformar algo negativo em positivo”.

  • Mike Krzyzewski (Liderar com o Coração, p.22, Ed. Sextante)

Dificuldades e problemas todos nós enfrentaremos na vida. Eles são inerentes ao processo de viver. Eles começaram lá no Gênesis quando Deus disse a Adão que a Terra lhe resistiria e ele teria que conseguir o que precisava com o suor do seu trabalho. Qualquer coisa que você deseje, planeje e aja para realizar enfrentará essas resistências.

As adversidades são aqueles eventos extras que acontecem na nossa vida que parecem determinados a nos tirar da rota e nos fazer ser e fazer qualquer coisa menos aquilo que planejamos ou sonhamos.

Os efeitos de uma adversidade podem ser curtos e em poucos dias ou semanas você pode estar de volta à rota. Ou podem ser tão profundos e duradouros que literalmente mudam a sua vida.

Fico imaginando o que passava pela cabeça de José, o filho de Jacó. Vendido pelos irmãos como escravo logo depois de receber sonhos de Deus de um belo futuro de domínio e autoridade. Uma adversidade e tanto! Ele pode ter imaginado muitas maneiras pela qual Deus o levaria a cumprir os sonhos que recebera.

Mas a adversidade que enfrentou não tirou dele a visão. Se ele teve o sonho de que seria autoridade, para isso se prepararia: tornou-se o melhor e mais próspero servo e conquistou a posição de autoridade ali mesmo onde estava.

Quando achou que tudo estava indo bem, nova adversidade! Mas a prisão, limitante fisicamente, não limitava sua convicção de que havia sido destinado a governar. Ganha a confiança do carcereiro e torna-se o cuidador de seu próprio cárcere.

Ele estava preso por fora, mas era livre por dentro! As adversidades não tiraram as convicções que Deus havia colocado dentro dele. Em vez disso, fazia o que podia para tornar a visão uma realidade onde ele estava.

Quais são as convições que Deus colocou dentro de você que parecem que foram roubadas pelas adversidades? O que você acha que perdeu porque elas alteraram os caminhos da vida que você achava que devia seguir?

Assim como José, você pode, no final, experimentar plenamente o cumprimento da promessa de Deus. Mesmo que as adversidades pareçam virar a sua vida de cabeça pra baixo.

“Senhor, me ajuda a permanecer firme trazendo à realidade os teus sonhos para mim, mesmo dentro da adversidade.“

Mário Fernandez

Conhecido – A Noiva de Cristo

“Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem;” (João 10:14)

Até onde eu pude pesquisar, ainda existem casamentos arranjados., naquele conceito de que os pais escolhem os pares para seus filhos. Mas na contramão desta tradição, aliás muito muito antiga, tivemos em 2018 o casamento do príncipe inglês Harry com uma artista americana. A noiva tinha 36 anos, estrangeira, filha de uma mulher negra – e um ex-marido. Nada de errado com nada disso, mas tudo contra a tradição da nobreza britânica.

Em meio a tantas mudanças, uma coisa se mantêm a cada dia mais frequente e continua fazendo sentido: casar com uma pessoa conhecida. Seja há muito ou pouco tempo, seja profundamente ou superficialmente conhecida, é cada vez menos frequente conhecer seu cônjuge no altar. Isso me parece ser tendência em todos os países e culturas que pude pesquisar, ainda que se preservem culturas diferentes em lugares cada vez menos incidentes.

A noiva do Cordeiro precisa aprender a conhecer a ouvir a voz do Seu Noivo, pois não vai funcionar tentar resolver isso na hora das bodas. Mateus 25:34ss corrobora esta afirmação de maneira inquestionável. Haverá um julgamento, precedendo as bodas, com clara separação entre ovelhas e bodes. Justamente por isso escolhi o verso acima, que fala das ovelhas que conhecem seu bom pastor. O conceito é simples: somos conhecidos Dele, mas isso não significa que O conheçamos ou reconheçamos sua presença.

Vamos nos dedicar a conhecer o Noivo enquanto não chega o dito julgamento. E isso é tão fácil que a maioria das pessoas nem acredita que funcione, esperando algo tão fantástico e sensacional que nem existe. Se conhece alguém de duas maneiras: buscando informações a respeito e gastando tempo junto.

Todas as informações que precisamos a respeito do Noivo estão reveladas nas Escrituras, a Bíblia, que é a Palavra de Deus revelada para nossa edificação, conhecimento, crescimento, correção, ensino – veja 2 Timóteo 3:16. Não tem atalho, não tem mágica, não tem moleza nem para mim nem para ninguém – o que tem é papel (ou tela) e olho aberto durante um tempo. Meus parabéns aos que tem por hábito uma leitura diária da Bíblia pois é exatamente disso que estou falando. Meu incentivo aos que não têm essa prática, pois nesse livro encontramos palavras que trazem vida. A letra mata, é verdade, mas o Espírito vivifica através da revelação espiritual do que está escrito. Mas não vem revelação onde não há conhecimento. Isso toma tempo meu irmão, toma tempo.

Passar tempo com o noivo é orando, meditando, cantando, adorando, servindo, no que entendo que seja um equilíbrio entre o individual e o coletivo. No individual eu passo tempo a sós meditando, orando, agradecendo, clamando, declarando meu amor por Ele, cantando e pasme – ouvindo Sua voz, afinal não é um discurso ou monólogo. No coletivo eu me reúno com os demais membros desse corpo que é a noiva e fazemos a mesma coisa. Passamos um tempo meditando, orando, agradecendo, clamando, declarando amor por Ele, cantando e pasme – ouvindo Sua voz… E mais, juntos podemos nos consolar, profetizar uns aos outros, animar, compartilhar o que já aprendemos, ensinar uns aos outros, cantar juntos, multiplicar os esforços e os talentos para conhecê-lo mais e melhor.

É a nossa vez e o nosso tempo. Façamos e façamos direito. Conheçamos Aquele que nos espera pois Ele já deu o primeiro passo e morreu por nós, ressuscitou por nós e Reinará eternamente.

“Senhor, me ensina a gastar tempo com a Tua Palavra e com a Tua presença, de modo que eu Te conheça mais e mais. Não permita que as distrações deste mundo tumultuado e barulhento me tirem do caminho de Te conhecer.“

Mário Fernandez

Canções de Amor – A Noiva de Cristo

“Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações” (Colossenses 3:16 )

Eu tenho uma impressão meio negativa dos dias atuais, em diversos sentidos e aspectos. A geração que aí está, incluindo os que têm a minha idade, estão desfocados, cada vez menos sabem de Bíblia, subestimam o poder de Deus, são confusos, cada dia menos humildes, valorizam pouco os valores familiares, não persistem… ou seja, são e estão como a Bíblia descreve que seriam nos últimos dias. Previsível, portanto.

Mas algo me incomoda nisso. Mesmo sendo os dias descritos em 2 Timóteo 3, portanto com as pessoas se enquadrando naquilo ali descrito, um povo deveria se sobressair nesse meio – esse deveria ser o povo de Deus. Eu sei que o tema é polêmico, mas nossa vida deveria aparecer nessa geração com “cânticos de gratidão”. Em vez disso temos nos dedicado a um pula-pula divertido, ou a uma choradeira comovente, ou a palavras que, as vezes, nem eu entendo ou mesmo a reuniões meio sem sentido nem conteúdo. Fico me perguntando onde foi parar a gratidão, afinal a noiva deve mais do que tudo ao noivo.

Gratidão é uma coisa engraçada. Às vezes parece um exagero, às vezes parece insuficiente, às vezes parece que não faz efeito. Mas uma coisa é constante na gratidão – ela representa algo para quem está agradecido. A gratidão raramente vem do futuro, mas geralmente está apoiada em algo que já recebemos ou já aconteceu. Portanto, ela faz parte da nossa memória. Mantendo uma mente sã teremos lembranças agradecidas e nossa vida poderá soar como uma canção agradecida, mesmo que o presente não inspire muita alegria.

Esse imediatismo é próprio do nosso tempo também, afinal tudo está tão conectado, rápido, divulgado, publicado, exposto – como nunca antes. Se hoje as coisas vão mal, tenho que continuar lembrando do que já recebi e me manter grato. Se hoje estou vivendo um bom momento, mais motivo ainda para ser agradecido. Mesmo não conhecendo meus leitores, posso afirmar com total segurança que todos nós temos motivos de sobra para sermos gratos a Deus e principalmente manifestar tal gratidão. Como sei? Estamos vivos.

Quero lançar um desafio aqui: vamos manifestar mais gratidão. Tire apenas 2 minutos, dois singelos minutinhos, e ore sem pedir nada. Apenas uma vez por dia, por breves dois minutos. Mesmo que no começo isso seja uma eternidade, persista. Levante sua voz em palavras de gratidão, elogie, reconheça, valorize, agradeça. Se conseguir fazer isso por uma semana, aumente para 3 minutos por mais uma semana. Depois quatro e depois cinco. Vá até onde conseguir, não tem limite nem será suficiente ou proporcional para agradecermos, nem mesmo pelo simples dom da vida – estamos vivos.

Uma noiva que não reconhece as qualidades e os feitos do noivo, talvez não seja digna no noivo. Não quero ser encontrado nessa condição. Venha comigo.

“Senhor, obrigado por tanta coisa que me proporcionaste a começar pela própria vida. Quero falar e cantas das maravilhas que encontro no Teu caráter, quero manifestar publicamente de todas as formas o quando sou grato por Teus atos.“